Três dias, 18 horas de intensos aprendizados sobre Jornalismo Investigativo. Não, não é redundante. Nem todo Jornalismo é investigativo e concordo com essa tese hoje mais do que nunca. O ato de fuçar a notícia vai além de um factual e nesses dias tive a oportunidade única de comprovar isso com meus olhos e mente pensante. Com Pedro Bial (O Globo), Cristina Vibe (O Globo) e Helena Borges (InfoGlobo) aprendi que investigar casos como as do "João de Deus" transcedem barreiras e se apoiar na ética é importante para a carreira profissional.
No documentário "My Pen, is my gun" em que relata a vida de seis jornalistas investigativos na America Latina, conheci o iornalista premiado Mauri Konig, que correu vários riscos de vida ao investigar corrupção no Paraguai, exploração de menores em bordeis, recrutamento de adolescentes para guerra e entre outros casos. Contei um pouco da minha história de luta e ganhei o melhor presente do congresso, um elogio no livro autografado dele e palavras de esperança. Isso me emocionou bastante.
Depois foi a vez do jornalista Alceu Castilho do portal "De Olho nos Ruralistas" um profissional sangue no olho, que me ensinou como investigar AgroNegócio de forma mais robusta e aprofundada. Também aprendi muito sobre a investigação do caso Mariele, detalhes e macetes de investigação. Os jornalistas Alan de Abreu (Revista Piauí), Chico Otávio (O Globo), Sérgio Ramalho (The Intercept Brasil), Vera Araújo (O Globo), praticamente fizeram o trabalho de investigação que a política não fez sobre o caso. Uma vergonha nacional, esperamos que o assassino seja encontrado e pague pelo crime que cometeu.
Com Cecilia Lago, do jornal O Estadão, aprendi mais sobre Jornalismo de dados. Uma área ainda tímida no Amazonas, no qual tenho imenso interesse desde 2018, pela relevância dos números em matéria. É possível sim fazer uma reportagem qualitativa estudando planilhas, fontes, personagens, pensando de forma imparcial e objetiva, para levar ao leitor/telespectador e ouvinte um conteúdo espetacular.
E por fim e uma das mais emocionantes, conheci o empresário e jornalista Pedro Sergio Ronco, do Blog do Ronco, que investigou atos de corrupção de uma cidade que morava, com pouco mais de 9 mil habitantes, montando uma ong de empresários e filhos da terra. Ele conseguiu com muitas provas derrubar prefeitos que tiravam comida da boca de crianças em fase escolar, para desvios de verba pública.
Ronco e um grande guerreiro e que faz o jornalismo independente, tirando muitas vezes dinheiro do bolso, com o propósito de mudar o mundo. Um espelho vivo para todos nós profissionais da área.
Este é apenas 60% do que ouvi e aprendi na Abraji e entre as lições mais importantes nesses três dias de intensos estudos. Dentre as muitas lições chego a conclusão que o Jornalismo segue crescendo cada vez mais. Jornais fecham portais, jornalistas não vão morrer jamais e buscar qualificação profissional para exercer essa missão é algo que vai além de um papel e caneta nas mãos. É um ato desbravador de quem nasceu para servir uma sociedade tão carente de liberdade de pensamentos e escolhas. Estamos fazendo nosso papel, informando e contribuindo para um mundo melhor.
A imprensa é um grande instrumento. A sociedade precisa abraçar e valorizar sempre. Defenda e apoei o Jornalismo de qualidade sempre. Nós precisamos de vocês!
Até 2020, ABRAJI!!!
Islânia Lima / Jornalista amazonense com muito orgulho.
3 Comentários
Orgulho que fala? Você inspira! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada pelas palavras. Minha admiração por você é o dobro também!
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