Campanhas nacionais de combate às drogas e de orgulho LGBTQIA+ reforçam a importância da escuta terapêutica e da promoção do bem-estar psicoemocional
Manaus, junho de 2025 – O mês de junho carrega duas importantes bandeiras: a prevenção ao uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas, representada pelo Junho Branco; e a luta por respeito e dignidade para a população LGBTQIA+, celebrada no Mês do Orgulho. Em comum, os dois movimentos colocam luz sobre a importância da saúde mental, do acolhimento e da escuta terapêutica em um cenário marcado por vulnerabilidades emocionais, muitas vezes silenciosas.
Para o psicoterapeuta Diego Anunciação, que trabalha com abordagem holística e está em formação em psicanálise, a promoção da saúde mental precisa considerar não apenas o uso de substâncias, mas os contextos afetivos, sociais e culturais que atravessam cada pessoa. “A dependência não é só química. É também emocional. Ela muitas vezes aparece como resposta a dores invisíveis: rejeição, abandono, culpa, não pertencimento. Isso é muito presente, por exemplo, em histórias de pessoas LGBTQIA+ que vivem conflitos entre sua identidade e o ambiente em que estão inseridas”, afirma.
Diego acompanha casos em que esses conflitos impactam diretamente o bem-estar psicológico e levam a comportamentos de isolamento ou autossabotagem. “Atendi recentemente um homem de 30 anos que vive em ciclos de estagnação profissional e emocional. Ele não consegue falar abertamente sobre sua orientação sexual com a família, por medo de ferir a fé da mãe. Isso cria um bloqueio que adoece. E a fuga por meio de substâncias pode aparecer como uma tentativa de alívio”, explica o psicoterapeuta.
A abordagem holística permite, segundo ele, compreender o sujeito em sua totalidade: corpo, mente e história. Já a psicanálise, área em que está se especializando, aprofunda a escuta das camadas inconscientes e dos conflitos internos que afetam a saúde mental. “O que não é dito, o que é reprimido, muitas vezes grita de outras formas. E esses gritos podem se manifestar como vícios, compulsões ou adoecimentos silenciosos”, pontua.
Duas campanhas, um ponto de encontro: o cuidado emocional
O Junho Branco, além de alertar para os riscos do uso abusivo de drogas, propõe uma reflexão sobre os motivos que levam tantas pessoas a buscarem alívio em substâncias psicoativas. Já o Mês do Orgulho LGBTQIA+, originado a partir da Revolta de Stonewall, em 1969, reforça a importância de combater o preconceito e valorizar a diversidade.
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indicam que pessoas LGBTQIA+ têm risco aumentado de desenvolver problemas de saúde mental em função de estigma social, violência e discriminação. Para Diego Anunciação, o acolhimento terapêutico é uma ferramenta para romper com esses ciclos. “A escuta é um instrumento potente de libertação. Reconhecer a dor, dar nome a ela, legitimar a vivência do outro. Tudo isso faz parte do processo de cura e reconstrução subjetiva”, conclui.
O mês de junho, portanto, representa não apenas a luta contra o uso de drogas, mas também um chamado à empatia e à valorização da vida em todas as suas expressões.
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